
OIL Santa Clara | Escola Nómada – PERSONA: consciência de identidade(s) para a (des)construção de personagens
Este projeto de continuidade, alinhado com a génese do programa DESCOLA (CML-DMC), tem promovido uma bateria considerável de práticas criativo-artísticas, abraçando, para isso, um caudal de temas que vai desaguando na temática central da Identidade(s). Nesta jornada de educação não formal (que, dentre as respostas sociais, compreende o eixo “C” – Educação) a autarquia olisiponense (DMC e DDS) aceitou com determinação (re)adentrar nestas lides, assumindo o papel de timoneira (perante o 7º A – com quem nos comprometemos a acompanhar / confortar / desafiar / ensinar / inquietar / ampliar… ) na co-construção, junto com a artista Rita Grancho (e artistas convidados) e a professora Sandra Neto (e respetiva turma), deste diapasão tutelado pela mediação cultural do Gabinete de Estudos Olisiponenses. Fomos inspirando e guiando (e paralelamente fomos inspirados e guiados pela inquietude e vontade destes jovens, que decidimos ouvir e dar voz) este périplo até ao fim do 3º ciclo – e chegámos com eles ao 9º ano!


Como nos norteámos ao longo destes três anos letivos? Diríamos que ouvimos a advertência do Professor Antonio Monegal, nomeadamente quando este nos recorda que não se deve adotar posturas reducionistas da educação e cultura (relação, aliás, que considera indissociável) – que sirvam tãosó o propósito de preparar o ser humano para o mundo do trabalho. O especialista em práticas culturais considera a relação imbrincada entre educação e cultura absolutamente virtuosa e alicerçadora de cidadania. E foi este o sentido que absorvemos, desde sempre, para o projeto “Escola Nómada”. Acreditamos veemente ter contribuído para criar cidadãos. Pois estes alunos da escola EB2/3 da Pintor de Almada Negreiros ampliaram perspetivas; combateram mitos; olharam com respeito e curiosidade uns para os outros e através dessa compreensão pela alteridade treinaram emoções e muscularam a inteligência emocional, e, como não podia deixar de ser, dado que o ciclo temático deste projeto é precisamente “Cidade e Património”, (re)configuraram e (re)significaram a cidade – que a Câmara Municipal de Lisboa e o Departamento de Património Cultural querem que seja (também) deles.
Como o fizemos? Através de inúmeras metodologias que, grosso modo, foram beber às micro-pedagogias… (que no fundo podemos simplificar e traduzir na implementação de estratégias pedagógicas a partir de diversas práticas artísticas), sempre com um cunho teórico-prático e oficina-experimental… sem esquecer as saídas-visitas; os jogos em jardins adjacentes à Escola ou próximo dos locais visitados e sem descurar aquele ingrediente (quase) mágico que precisa de estar sempre presente nestes projetos que têm um lastro temporal longo – afinal as cerca de quatro dezenas de sessões nómadas “obrigam” à inevitável escuta/presença securizante e ao contínuo fomentar do imaginário.
Mas o eco final, dado ser capaz de responder àqueles que foram os objetivos e os resultados finais alcançados pela “Escola Nómada”, consideramos de entregar a Sandra Morico Neto (a docente tutora): “Este projeto inovador não só contribui para elevar as competências dos alunos nas áreas sociais, territoriais, técnicas e artísticas, como também desempenha um papel crucial na mitigação das desigualdades sociais na nossa escola, na nossa turma. A “Escola Nómada – PERSONA” tem sido um catalisador de transformação, visto promover um ambiente inclusivo e diversificado, criando através de atividades dinâmicas e interativas oportunidades equitativas para todos os alunos (independentemente das suas origens sociais ou económicas), fomentando a cooperação e a compreensão mútua, permitindo que cada aluno descubra e desenvolva os seus talentos com vista a alcançarem o seu potencial pleno. Nesse sentido o contributo dos artistas – a Rita e o João são fundamentais. Mas os alunos foram dotados com uma gama de competências mais vasta, com destaque para as: sociais – através de projetos colaborativos e atividades de grupo, os alunos aprendem a trabalhar em equipa, a comunicar eficazmente e a desenvolver empatia; territoriais – exploração e atividades ao ar livre proporcionam um conhecimento profundo e prático do ambiente que nos rodeia; técnicas – workshops e oficinas práticas que ensinam habilidades essenciais para o futuro, e artísticas – atividades criativas que estimulam a imaginação e a expressão pessoal, permitindo que cada aluno floresça artisticamente.
De salientar também a oportunidade de trabalhar com a equipa de mediação cultural da CML tão dedicada e talentosa, tem sido uma experiência extremamente gratificante trabalhar com a Judite e a Vanda. Sei que os alunos jamais esquecerão a Nómada – levando para a vida todas as valiosas lições e os inúmeros momentos partilhados.”